domingo, 11 de novembro de 2012

Alguns dados estatísticos em Portugal

Estes dados remetem apenas para o Continente.

Pode dizer-se que o trabalho infantil em Portugal é já uma realidade conhecida.
Uma vez reconhecida esta realidade, Portugal procurou conhece-la melhor, pesquisando a sua dimensão e as suas principais características, promovendo, assim, um levantamento rigoroso do número de crianças e jovens trabalhadores, recorrendo a parâmetros, indicadores e metodologias divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), através do IPEC/SIMPOC. Assim, em 1998 foi realizado um inquérito pelo Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional (DETEFP) em colaboração com a OIT e o Instituto Nacional de Estatística.
Antes de iniciar o inquérito, organizações nacionais e internacionais divulgavam uma estimativa do número de crianças a trabalhar em Portugal, sendo esta de 200.000 crianças a trabalhar em Portugal. Este estudo veio demonstrar que a realidade estava bem longe dos números até então avançados: 43.077 menores tinham atividade económica. Destes, 34.064 eram familiares não remunerados. Do total de crianças com atividade económica, 78,1% frequentavam regularmente a escola, 35,3% dos inquiridos que declararam trabalhar tinham 15 anos, e 17,6% tinham 14 anos. Também o número de horas diárias de trabalho foi analisado, sendo a percentagem mais elevada relativa às crianças que trabalham de uma a três horas por dia (43,3%).
Três anos depois, ou seja, em 2001, este inquérito voltou a ser aplicado, revelando que o número de menores com atividade económica havia passado para os 46.717, dos quais 40.001 eram trabalhadores familiares não remunerados. Do total de crianças com atividade económica, 86,2% frequentavam regularmente a escola, 26,7% dos inquiridos que declararam trabalhar tinham 15 anos, e 18,5% tinham 14 anos. O número de horas de trabalho diário teria sido reduzido para a maior parte dos menores, verificando-se de 1998 para 2001, uma diminuição do número de horas que os menores trabalham por dia. Assim se entende o aumento de 14,4% do número de crianças que trabalham uma a três horas por dia.
Apesar deste ligeiro aumento do número de menores com atividade económica, verificou-se que as principais diferenças em 3 anos foram a significativa diminuição do número de menores a trabalhar por conta de outrem, a diminuição do número de horas de trabalho diário e o aumento da frequência escolar por parte das crianças trabalhadoras.

Sem comentários:

Enviar um comentário